Sobre o dia 18 de maio,dia do combate contra abuso infantil de crianças e adolescentes.O 18 de maio teve a data em memória da menina Araceli Cabrera Crespo.
O crime contra Araceli ocorreu em maio de 1973 no Espírito Santo,ela desapareceu dia 18 de maio para nunca mais voltar.
CASO ARACELI
No dia 18 de maio de 1973, Araceli Cabrera Crespo, de 8 anos, saiu mais cedo da escola. Sua mãe, uma traficante boliviana, teria mandado a menina entregar um envelope (que continha drogas) num edifício de um bairro nobre de Vitória.
Ao chegar, a menina teria sido atacada por um grupo de jovens entorpecidos, que a drogaram, estupraram, espancaram e mataram. Ainda jogaram ácido sobre a criança, que teve seu rosto desfigurado. Dias depois, o corpo de Araceli foi encontrado num matagal.
Os nomes dos envolvidos do caso são Paulinho Helal e Dante Michelini, que apesar de principais suspeitos e algumas testemunhas contra eles jamais foram sentenciados pela morte de Araceli.Os acusados pertenciam a famílias poderosas. A sociedade capixaba se calou. Ninguém foi punido por esse crime hediondo.
Paulinho era filho de Constanteen Helal e Dante filho de Dante Micheline, ambos empresários de sucesso e freqüentadores da alta sociedade da cidade de Vitoria ES.
As investigações do caso foram confusas: sumiço de documentos, assassinatos misteriosos, testemunhas que voltavam atrás de seus depoimentos, cumplicidade e corrupção da polícia e do judiciário.
A respeito de Dantinho e de Paulinho Helal, dizia-se que uma de suas diversões durante o dia era rondar os colégios da cidade em busca de possíveis vítimas, apostando na impunidade que o dinheiro dos pais podia comprar. Dante Barros Michelini era rico exportador de café (tão ligado a Dantinho que chegou a ser preso, acusado de tumultuar o inquérito para livrar o filho). Constanteen Helal, pai de Paulinho, era comerciante riquíssimo e poderoso membro da maçonaria capixaba. Seus negócios também incluíam imóveis, hotéis, fazendas e casas comerciais. Já o eletricista Gabriel, seu maior tesouro era a filha. No domingo, ele foi à delegacia dar queixa, onde lhe foi dito que tudo seria feito para encontrar Araceli. Na Santa Casa, ele contou a Lola o resultado de sua busca e falou da garantia dos policiais de que tudo acabaria bem. Lola pareceu não acreditar - e chorou. O escritor José Louzeiro não tem dúvida:
Constanteen Helal
Lola foi, indiretamente, a causadora do hediondo crime de que sua filha foi vítima. "Na sexta-feira, a mando da mãe, Araceli tinha ido levar um envelope no edifício Apoio, no Centro de Vitória, ainda em construção, mas que já tinha uns três ou quatro apartamentos prontos, no 8º andar. A menina não sabia, mas o envelope continha drogas. Num dos apartamentos, Paulinho Helal, Dantinho e outros se drogavam. Ela chegou, foi agarrada e não saiu mais com vida", conta o escritor.
Paulo Helal
O que aconteceu realmente com Araceli Cabrera Crespo talvez nunca se saiba. E talvez, seja bom mesmo não conhecer os detalhes, tamanha é a brutalidade que o exame de corpo delito deixa entrever. A menina foi estupidamente martirizada. Araceli foi espancada, estuprada, drogada e morta puma orgia de drogas e sexo. Sua vagina, seu peito e sua barriga tinham marcas de dentes. Seu queixo foi deslocado com um golpe. Finalmente, seu corpo - o rosto, principalmente - foi desfigurado com ácido.
Araceli vivia com o pai Gabriel Sanches Crespo, eletricista do Porto de Vitória, a mãe Lola, boliviana radicada no país, e o irmão Carlinhos, alguns anos mais velho que ela. Na casa modesta, localizada na Rua São Paulo, bairro de Fátima, era mantido o vira lata Radar, xodó da menina, que o criava desde pequenino. Segundo o escritor José Louzeiro que acompanhou o caso de perto e o transformou no livro "Araceli, Meu Amor" - o nome Radar foi escolhido pela garota "para que o animal sempre a encontrasse". Araceli estudava perto de casa, no Colégio São Pedro, na Praia do Suá, e mantinha urna rotina dificilmente quebrada. Ela saía da escola, no fim da tarde, e ia para um ponto de ônibus ali perto, quase na porta de um bar, onde invariavelmente brincava com um gato que vivia por ali.
No dia 18 de maio de 1973, uma sexta-feira, a rotina de Araceli foi alterada. Ela não apareceu em casa e o pai, num velho Fusca, saiu a procurá-la pelas casas de amigos e conhecidos, até chegar ao centro de Vitória. Nada. A menina não estava em lugar algum. Só restou a Gabriel comunicar a Lola que a filha estava desaparecida e que tinha deixado seu retrato em redações de jornais, na esperança de que fosse, realmente, somente um desaparecimento. No dia seguinte, quando foi ao colégio para conseguir mais informações, Gabriel ficou sabendo que a menina tinha saído mais cedo da escola. De acordo com a professora Marlene Stefanon, Araceli tinha "ido embora para casa por volta das quatro e meia da tarde, como a mãe mandou pedir num bilhete".
Na véspera, Lola tivera uma reação aparentemente normal ao constatar a demora da filha em chegar em casa. Primeiro, ficou enervada; depois, preocupada. No sábado, tarde da noite, sofreu uma crise nervosa e precisou ser internada no Pronto Socorro da Santa Casa de Misericórdia. Ainda no início do processo, acabariam pesando sobre ela fortes suspeitas e graves acusações. Lola foi apontada como viciada e traficante de cocaína, fornecedora da droga para pessoas influentes da cidade e até amante de Jorge Michelini, tio de Dantinho. E mais: ela era irmã de traficantes de Santa Cruz de La Sierra, para onde se mudou tão logo o caso ganhou dimensão, deixando para trás o marido Gabriel e o outro filho, Carlinhos. Não se sabe até onde Lola facilitou ou estimulou a cobiça dos assassinos em relação a Araceli.
Você tem foto atual ou pelo menos mais recente do tal Paulinho Helal? Sempre é bom relembrar às pessoas o que pode ainda acontecer.
ResponderExcluirObrigado,
Anderson Schröder
Imagens recentes de Paulo Helal: http://9id6ewik0uts.album.uol.com.br/os-culpados/8743662
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