O mundo assistiu ao maior formigueiro humano da história com a descoberta de ouro na Serra Pelada, no Pará ( BRASIL) que transformou a região numa "corrida do ouro" dos anos 80.
A população de garimpeiros chegou a mais de 30.000 pessoas. Em 1981, cerca de 10 toneladas de ouro foram extraídas. As péssimas condições de trabalho no garimpo legaram uma perda na qualidade de vida dos trabalhadores e de suas famílias. Diversos garimpeiros morreram com os freqüentes desmoronamentos das frentes de lavras.
Após quatro anos de extração, onde havia morro, surgiu uma imensa cratera com 200 metros de profundidade.
As condições de trabalho eram muito precárias, calor intenso, utilização de escadas danificadas, barrancos altamente perigosos, poeira de monóxido de ferro no ar - que era inalada pelos trabalhadores, mesmo sendo prejudicial aos pulmões. Mas apesar de todos esses fatores, os garimpeiros trabalhavam dia e noite na esperança de “bamburrar” - expressão relacionada ao fato de enriquecer.
Hoje, Serra Pelada, distrito do município de Curionópolis que fica a 35 quilômetros do centro da cidade, é um local pacato. Foi-se o ouro fácil da superfície e com ele a febre que levou centenas de milhares de garimpeiros para lá no começo dos anos 80. A imagem cristalizada do formigueiro humano desapareceu junto com o fim da mina e da possibilidade de enriquecimento instantâneo.
Dezenas de metros de profundidade de uma água calma e limpa separam Serra Pelada da história que a tornou mundialmente famosa a partir de 1980. Da imensa cava em que homens cobertos de lama buscavam ouro resta um conjunto de morros esculpidos pelo trabalho dos garimpeiros e um lago, que, pela tranqüilidade da superfície, não denuncia a trajetória de sofrimento e, como muitos ainda esperam, as toneladas de ouro ali submersas.
A região onde está o garimpo de Serra Pelada, no sudeste do Estado do Pará, vai voltar a funcionar após quase 20 anos fechado. O governo federal forneceu uma concessão de lavra que permite a retomada dos trabalhos no local.
A extradição mecanizada será feita pela Companhia de Desenvolvimento Mineral, formada por uma cooperativa de garimpeiros e uma mineradora canadense, que terá direito a dois terços da produção. Pesquisas indicam que há 150 toneladas de ouro no subsolo da mina.
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