MÚSICAS INESQUECÍVEIS

quarta-feira, 6 de abril de 2011

FUNK

O funk teve seus primeiros momentos nos anos 30/40 deste século, quando grande parte da população negra migrava das fazendas do sul para os grandes centros urbanos do Norte dos Estados Unidos.
A música negra passa a ter uma conotação política a partir dos anos 60, tendo sido o Soul uma vertente musical muito importante para o movimento de direitos civis e para a conscientização dos negros americanos, onde se destacam os movimentos "Black Power" e "Black's Beautiful".

O funk surgiu do enfraquecimento do potencial revolucionário do Soul, devido a sua grande comercialização. O termo funk, que surgiu no interior do Soul, significa etimologicamente algo agressivo.
No Brasil, o funk surgiu no Rio de Janeiro, no começo dos anos 70 em festas realizadas em uma das principais casas de shows do Rio naquele período (conhecida como 'Canecão'). Inicialmente o movimento teve conotação mais estética do que o movimento norte-americano, onde se destacavam preocupações com as roupas, sapatos, hábitos, costumes, etc.

Já nesse período, os bailes da periferia começavam a atrair multidões. Disseminados para os clubes da Zona Norte da cidade, zona mais pobre da cidade, logo lograram uma grande aceitação entre os jovens, se transformando em uma de suas principais atividades de lazer nos fins de semana.

Grupos de funk que surgiram nos anos 70 incluem: B.T. Express, Commodores, Earth Wind & Fire, War, Lakeside, Brass Construction, Kool & The Gang, Chic, Fatback, The Gap Band, Zapp, Instant Funk, The Brothers Johnson, Skyy, e músicos/cantores como Rick James, Chaka Khan, Tom Browne, Kurtis Blow (um dos precursores do rap), e os popstars Michael Jackson e Prince.

Nos anos 80 o funk tradicional perdeu um pouco da popularidade nos EUA, à medida em que as bandas se tornavam mais comerciais e a música mais eletrônica. Seus derivados, o rap e o hip hop, porém, começaram a se espalhar, com bandas como Sugarhill Gang e Soulsonic Force. A partir do final dos anos 80, com a disseminação dos samplers, partes de antigos sucessos de funk (principalmente dos vocais de James Brown) começaram a ser copiados para outras músicas pelo novo fenômeno das pistas de dança, a house music.

O FUNK NO BRASIL:
A soul music foi trazida ao Brasil por cantores como Gerson King Combo, que lançou em 1969 o disco Gerson Combo Brazilian Soul, com sucessos brasileiros como Asa Branca executados com a batida importada dos Estados Unidos. Tim Maia, Carlos Dafé e Tony Tornado também começaram a tocar sucessos do soul e adotaram a atitude e o estilo americanos do Black Power, fundando o movimento Black Rio. A grande musa da época era a paulistana Lady Zu. Na década de 70 surgiram as primeiras equipes de som no Rio de Janeiro, como a Soul Grand Prix e a Furacão 2000, que organizavam bailes dançantes. Os primeiros bailes eram feitos com vitrolas hi-fi e as equipes foram, aos poucos, crescendo e comprando equipamentos melhores.

Na década de 80, o funk no Rio foi influenciado por um novo ritmo da Flórida, o Miami Bass, que trazia músicas mais erotizadas e batidas mais rápidas. A partir de 1989, quando os bailes começaram a atrair cada vez mais pessoas, foram lançadas músicas em português. As letras retratavam o cotidiano dos freqüentadores: abordavam a violência e a pobreza das favelas. Na época, o funk falava sobre as drogas, as armas, os comandos, mas artistas desta fase, como Claudinho e Buchecha, evoluíram para outros tipos de tema. Ao mesmo tempo que as músicas abordavam o cotidiano das classes baixas, alguns bailes começaram a ficar mais violentos e ser palco de "brigas de galeras", onde pessoas de dois lugares dividiam a pista em duas e quem ultrapassasse as fronteiras de um dos "lados", era agredido pela outra galera. A pressão da polícia, da imprensa e a criação de uma CPI na Assembléia do Rio de Janeiro em 1999 e 2000 acabaram com a violência em grande parte dos bailes, ao mesmo tempo que as músicas se tornaram mais dançantes e as letras, mais sensuais. Esta nova fase do ritmo, descrita por alguns como o new funk, se tornou sucesso em todo o país e conquistou lugares antes dominados por outros ritmos, como o Carnaval baiano.

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