Aceitamos os personagens que nos dão e começamos a viver uma vida que não é a nossa. Calamos no fundo do peito um eu que muitas vezes nem sabemos que existe. De repente, do nada, um imprevisto, uma palavra mal colocada, uma situação limite nos faz trombar conosco mesmo, com aquele eu escondido. E de nossa boca começa a jorrar palavras ácidas com gosto de suco gástrico e mágoas antigas. Ofendemos pesadamente quem mais amamos. Ofendemos a nós mesmos.
A palavra já havia sido altamente reverenciada pela Bíblia quando se afirma que do verbo se fez a carne. Para os espíritas não devemos verbalizar pensamentos maldosos e sabemos o quanto uma palavra cruel na hora errada pode ferir mortalmente uma pessoa, destruir uma amizade, roubar a magia de um amor e criar um buraco na alma.
Por medo ou até mesmo por preguiça de entrar em conflitos, vamos calando muitas duras verdades em nosso peito. Vamos aceitando o inaceitável, perdoando crueldades disfarçadas de brincadeiras, absorvendo críticas injustas, incorporando o papel de vítima quando somos muito maltratados pela vida.
Não devemos calar palavras no peito. Não devemos permitir que elas virem mágoas mumificadas que um dia sairão de nós causando estragos homéricos.
Por mais doloroso e cansativo que seja debater os conflitos, este exercício é necessário. É um tratamento preventivo para muitos males da alma. Não segure palavras no peito. Elas apodrecem o melhor das suas emoções e sentimentos. Elas apodrecem você mesmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário