A mulher lobo
Havia um moinho que conforme a lenda, era encantado, de modo que todos tinham medo de ficar lá perto, porque uma mulher lobo o assombrava. Um dia, um soldado foi para o moinho para dormir. Ele fez uma fogueira na entrada do moinho, subiu ao sótão, e se escondeu em um lugar estratégico, que por um buraco no piso do chão, podia ver a entrada do moinho.
A loba entrou e olhou em volta, para ver se podia encontrar algo para comer. Ela não encontrou nada, e depois foi em direção ao fogo, e disse: “Sai pele! Sai pele! Sai pele! Sai pele!”. Ela levantou-se em cima de suas patas traseiras, e sua pele caiu. Ela pegou a pele, e pendurou em um pau, e fora da pele do lobo surgiu uma moça linda. A moça foi para perto do fogo, e adormeceu ali.
Ele desceu do sótão, pegou a pele, pregou ela rapidamente na roda do moinho, e em seguida, entrou, gritando no moinho e disse: “Bom dia moça! Como você está?”
Ela começou a gritar, “Venha pele! Venha pele! Venha pele!” Mas a pele não poderia vir, pois estava pregada.
Depois de se livrar do feitiço, a moça e o soldado se casaram e tiveram dois filhos.
Um dia, assim que o filho mais velho soube que sua mãe era um lobo, disse a ela: “Mamãe! Mamãe! Ouvi dizer que você é um lobo.”
Sua mãe respondeu: “Que absurdo você está falando! Como você pode dizer que sou um lobo?”
O pai das crianças foi um dia lavrar no campo, e seu filho disse: “Papai, deixe-me ir com você?”
Seu pai disse: “Venha”.
Quando eles foram para o campo, o filho perguntou ao pai: “Papai, é verdade que a mamãe é um lobo?”
O pai disse: “É.”
O filho perguntou: “E onde está a sua pele?”
Seu pai disse: “Alí está, pregada na roda do moinho.”
Mal o filho chegou em casa, ele disse para a sua mãe: “Mamãe! Mamãe! Você é um lobo! Descobri tudo e sei onde está sua pele.”
Sua mãe lhe perguntou: “Se sabe tudo, então diga: onde está a minha pele?”
Ele disse: “Lá na roda do moinho mamãe ”.
Sua mãe lhe disse: “Obrigado, meu filho, por me salvar.”
Então ela foi embora, e nunca mais se ouviu falar dela”.
Fonte original: A. H. Wratislaw, Sixty Folk-Tales from Exclusively Slavonic Sources (London: Elliot Stock, 1889), pp. 290-291.
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