MÚSICAS INESQUECÍVEIS

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

LITERATURA DE CORDEL


Literatura de Cordel é, como qualquer outra forma artística, uma manifestação cultural. Por meio da escrita são transmitidas as cantigas, os poemas e as histórias do povo — pelo próprio povo.

O nome de Cordel teve origem em Portugal, onde os livretos, antigamente, eram expostos em barbantes, como roupas no varal.

Em Portugal, o folheto era conhecido por "Literatura de Cego", devido a uma lei promulgada por Dom João VI que limitava a sua venda à Irmandade do Menino Jesus dos Homens Cegos de Lisboa.


O folheto em Portugal era escrito em forma de prosa. Ao chegar ao Brasil, passou a ser escrito em sextilhas de versos de sete sílabas. O primeiro brasileiro a publicar um romance de Cordel foi, provavelmente, Sílvio Pirauá (1848/1913), famoso cantador de viola paraibano.
Literatura de Cordel - Os livros são pendurados em barbantes
Como é uma manifestação muito mais cultural do que intelectual, destaca-se em regiões onde a cultura é mais valorizada e delineada.

De custo baixo, geralmente estes pequenos livros são vendidos pelos próprios autores. Fazem grande sucesso em estados como Pernambuco, Ceará, Alagoas, Paraíba e Bahia. Este sucesso ocorre em função do preço baixo, do tom humorístico de muitos deles e também por retratarem fatos da vida cotidiana da cidade ou da região. Os principais assuntos retratados nos livretos são: festas, política, secas, disputas, brigas, milagres, vida dos cangaceiros, atos de heroísmo, milagres, morte de personalidades etc.


Em algumas situações, estes poemas são acompanhados de violas e recitados em praças com a presença do público.

Um dos poetas da literatura de cordel que fez mais sucesso até hoje foi Leandro Gomes de Barros (1865-1918). Acredita-se que ele tenha escrito mais de mil folhetos. Mais recentes, podemos citar os poetas José Alves Sobrinho, Homero do Rego Barros, Patativa do Assaré (Antônio Gonçalves da Silva), Téo Azevedo. Zé Melancia, Zé Vicente, José Pacheco da Rosa, Gonçalo Ferreira da Silva, Chico Traíra, João de Cristo Rei e Ignácio da Catingueira.

Cordel. Vem de corda, cordão, cordial, toca a alma e o coração.


Os folhetos eram expostos em cordões, lençois, esteiras, nas feiras, praças, portas das igrejas, bancas e nos mercados.

Literatura de cordel, poesia de cordel, romance, folheto(s), arrecifes, abcs, "folhas volantes" ou "folhas soltas","littèratue de colportage","cocks" ou "catchpennies", "broadsiddes", "hojas" e "corridos"... São nomes que a poesia popular recebeu ao longo do tempo, na Europa e nos países latino-americanos, com mais destaque no Brasil, principalmente no Nordeste.

No Brasil, o termo cordel foi consagrado como sinônimo de poesia popular. O cordel apresenta-se em narrativas tradicionais e fatos circunstanciais, em folhetos de época ou "acontecidos".

Nenhum comentário:

Postar um comentário