As tartarugas marinhas existem há mais de 150 milhões de anos e conseguiram sobreviver a todas as mudanças do planeta. Mas sua origem foi na terra e, na sua aventura para o mar, evoluíram, diferenciando-se de outros répteis.
As tartarugas marinhas podem medir 2 m de comprimento e chegar a pesar até 600 kg. Elas vivem em águas tropicais e estão mais adaptadas às águas frias devido a sua derme grossa e oleosa. Elas possuem extremamente desenvolvidos os sentidos da visão, do olfato e da audição, além de terem um senso de orientação impressionante.
As tartarugas-marinhas se alimentam basicamente de águas-vivas e de sua fauna acompanhante. Infelizmente, elas confundem sacos plásticos ou celofane com águas-vivas e correm o risco de morrerem por indigestão. Utiliza as patas como nadadeiras e nada a uma velocidade de 20 km/h.
Após atingir a maturidade sexual, em muitas espécies apenas por volta dos 30 anos, a fêmea regressa à praia onde nasceu para enterrar os seus ovos na areia. As tartarugas são extremamente fiéis a este local e não nidificam (fazem ninhos) noutras praias. A sobrevivência das tartarugas-marinhas continua em risco, após muitos anos de caça intensiva pela sua carapaça, carne (utilizada para sopa) e gordura. Atualmente a caça está controlada mas estes animais continuam a estar ameaçados pelas redes de pesca que matam cerca de 40 000 exemplares por ano. Outra das maiores ameaças é o desenvolvimento costeiro nas áreas de nidificação, que impede as fêmeas de pôr os ovos e impossibilita a sua reprodução.
Em alguns países, tanto o ovo de tartaruga como a carne são consumidos pelo ser humano. A caça da tartaruga ou o uso desses animais como animal de estimação vem contribuindo para o desaparecimento de muitas espécies.
O que nem todo mundo sabe, é que existem centenas de espécies diferentes de tartarugas em extinção, e são também dos mais variados tamanhos e cores, sem contar que existem também os mais variados tamanhos e estilos de reprodução desses animais, que são totalmente inofensivos, desde que sejam também respeitados e permaneçam em seu habitat natural.
As tartarugas em extinção, estão nesse processo graças a caça que ela sofre, pois seu casco que é feito de pele e não de tecido ósseo, é usado para a fabricação de bijuterias como brincos, anéis e colares, além também, de armações de óculos e pentes de cabelo, pois esses itens são comercializados com um preço alto no mercado mundial.
PROJETO TAMAR
O Tamar surgiu ainda em 1980 por iniciativa do antigo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) - atual Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) - com a missão de levantar o número das espécies de tartarugas, suas principais áreas de reprodução e de alimentação para ações de proteção. Logo se percebeu, porém, que o trabalho não poderia ficar restrito aos animais, devendo engajar as comunidades costeiras, que, além da captura acidental de tartarugas nas redes de pesca, sempre usaram estes animais e seus ovos para alimentação.
Todo o trabalho acontece nas 22 bases de pesquisa no Tamar, em oito estados brasileiros, pelo monitoramento de cerca de 1,1 mil quilômetros de praias costeiras e ilhas oceânicas com a colaboração direta da população. Nas bases também ocorrem exposições e atividades de educação com uma média de 1 milhão de visitantes por ano.
CURIOSIDADE
As fêmeas, que realizam de três a cinco desovas numa mesma temporada de reprodução (a cada dez dias), põem em média 120 ovos por ano entre os meses de setembro e março, mas há registros de ninhos com até 240 ovos. Inicialmente procuram praias desertas e esperam o anoitecer, já que a escuridão as protege de predadores e do calor da areia. Com as nadadeiras cavam um buraco para se sentarem e outro para o ninho, onde após depositar os ovos brancos e redondos voltam para o mar. Sessenta dias depois, os ovos rompem, as tartaruguinhas retiram a areia e correm para o mar, se orientando pela luminosidade do horizonte.
De cada mil filhotes de tartarugas nascidos, somente um ou dois atingem a maturidade. Há, porém, uma importante diferença entre ameaças e obstáculos naturais - ataque de predadores como raposas, caranguejos, tubarões, que não representam perigo de extinção à espécie - e atitudes predatórias do homem que colocam as tartarugas em situação de risco como:
• caça e coleta de ovos, para alimentação e uso do casco em ornamentos;
• pesca incidental (hoje à principal ameaça a esses animais);
• sombreamento das praias de desova, que afeta a temperatura da areia e a reprodução;
• iluminação artificial, que prejudica fêmeas e filhotes, desorientando-os;
• trânsito de veículos nas praias de desova;
• poluição das águas.
www.tamar.org.br/
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