MÚSICAS INESQUECÍVEIS

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

RETRATO NACIONAL

..."Em nome da guerra contra o crime, os policiais brasileiros matam cada vez mais. Apesar do banho de sangue, a criminalidade não cede, e o cidadão não se sente mais seguro. Ao contrário, crescem com freqüência assustadora relatos de abusos policiais, de pessoas inocentes mortas por engano e mesmo de execuções"...

Edição da revista ÉPOCA de 3/maio/2004

Anistia Internacional afirma que governos permitiram a institucionalização de um policiamento baseado em violações de direitos humanos e corrupção, uma prática que tem contribuído para intensificar a violência e a criminalidade e para reforçar os padrões de discriminação e exclusão social. 
 
Agência Carta Maior, 5/12/2005.
A polícia brasileira é responsável por uma parte considerável dos 48.000 homicídios registrados todos os anos no país e se beneficia de uma "carta-branca para matar", denunciou nesta segunda-feira Philip Alston, o relator especial da ONU para execuções sumárias.
"No Rio de Janeiro, os agentes da polícia matam três pessoas por dia e são responsáveis por mais de 18% de todas as mortes", afirmou Alston.

Em 15/09/2008.

É nas comunidades mais carentes  onde os habitantes já são privados da proteção do Estado, que existe a maior concentração de homicídios e de crimes violentos. O que o relatório da Anistia Internacional demostra é que ao falhar em tratar a longo prazo das necessidades de segurança pública de todos os setores da sociedade brasileira, como parte de uma estratégia governamental abrangente para combater a violência, sucessivos governos permitiram a institucionalização de um policiamento baseado em violações de direitos humanos e corrupção.
Em setembro de 2003, o jornal O Globo publicou trechos das músicas cantadas durante o treinamento de membros da divisão de elite da Polícia Militar do Rio de Janeiro, o Batalhão de Operações Especiais (BOPE), tais como:

"O interrogatório é muito fácil de fazer / pega o favelado e dá porrada até doer/
O interrogatório é muito fácil de acabar / pega o favelado e dá porrada até matar.
Bandido favelado / não varre com vassoura / se varre com granada / com fuzil, metralhadora."

A violência se manifesta por meio do abuso da força, da tirania, da opressão. Ocorre do constrangimento exercido sobre alguma pessoa para obrigá-la a fazer ou deixar de fazer um ato qualquer. Existem diversas formas de violência, tais como as guerras, conflitos étnico-religiosos e banditismo.

Trezentos milhões de reais por dia é o custo estimado da violência no Brasil, o equivalente ao orçamento anual do Fundo Nacional de Segurança Pública, e um valor superior ao envolvido na reforma da Previdência que tanto mobilizou os governos. Esses valores não contabilizam o sofrimento físico e psicológico das vítimas da violência brasileira, uma das mais dramáticas do mundo. Com 3% da população mundial o Brasil concentra 9% dos homicídios cometidos no planeta. Os homicídios cresceram 29% na década passada e entre os jovens esse crescimento foi de 48%. As mortes violentas de jovens aqui são 88 vezes maiores do que na França. E poucos países sofrem as ações de terrorismo urbano como as praticados por traficantes no Rio de Janeiro.

Ocorreram 11 mil mortes catalogadas como "resistência seguida de morte" entre 2003 e 2009 no Rio de Janeiro e em São Paulo, embora evidências apontassem que se trataram de execuções.



A violência policial ainda é um tipo de violência que preocupa cada vez mais os cidadãos, os próprios policiais, os governantes, os jornalistas e os cientistas sociais, em parte porque é praticada por agentes do Estado que têm o obrigação constitucional de garantir a segurança pública, a quem a sociedade confia a responsabilidade do controle da violência, Os casos de violência policial, ainda que isolados, alimentam um sentimento de descontrole e insegurança que dificulta qualquer tentativa de controle e pode até contribuir para a escalado de outras formas de violência.

CONTINUA...

www.consciencia.net/.../0301-anistia-violencia.html
noticias.uol.com.br/ultnot/.../ult34u211640.jhtm
revistaepoca.globo.com/.../0,6993,EPT721936-1653,00.html
http://www.aprasc.com.br/policia/acoes.asp

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