Os cães de rua são um problema em diversas cidades do mundo. Nas ruas os cães estão sujeitos a doenças, maltratos, atropelamentos, frio, fome e parasitas, além disso no mundo todo cães de rua produzem toneladas de fezes dentro das cidades, mordem pessoas e podem disseminar doenças como leishmaniose ou raiva para pessoas e para outros animais. A principal preocupação das autoridades é com o controle da raiva. Cães sem dono não são vacinados e podem iniciar focos da doença dentro de áreas urbanas. Em algumas regiões do leste europeu existem grupos de cães sem dono vivendo como cães selvagens dentro de cidades, eles moram em construções abondonadas e existem casos de ataques fatais a pessoas.
A superpopulação de animais de companhia é uma realidade: o número de animais a precisar de um lar é muito superior ao número de famílias dispostas a adotá-los, o que leva a que muitos milhares de animais nasçam e vivam nas ruas, sem acesso a alimentação suficiente ou a cuidados de saúde básicos, acabando muitos deles por morrer de fome, de doença, ou vítimas de maus-tratos.
O animal de rua está mais sucetível à doenças que os animais das quais moram conosco ou estão à venda no Pet Shop. Porém os animais de rua que são recolhidos pelas ONGs obrigatoriamente são castrados, vermifugados e vacinados. Além disso o animal passa por um processo de recuperação antes de entrar para a adoção. Nesse processo o animal ganha peso, é acompanhado por um veterinário, tem seu pêlo tratado e nesse curto espaço de tempo o animal também tem a oportunidade de começar a adaptar-se a sua nova vida. Você não imagina como um animal que estava nas ruas sem nenhum cuidado pode virar um belíssimo animal com cuidados básicos e é claro, amor.
A Organização Mundial de Saúde já emitiu parecer, informando que não há “qualquer evidência” de que a eliminação de cães tenha impacto significativo na propagação da raiva ou na densidade populacional canina, visto que as cadelas são animais pluríparos, de gestação curta (ao redor de 60 dias) e maturidade sexual precoce (seis meses de idade). Dessa forma, é sabido que a rápida reposição reprodutiva pode ser tão alta quanto a mais elevada taxa de remoção e eliminação.
O modismo e o impulso pelo consumo fazem com que os animais não humanos acabem pagando a conta pelos erros dos animais humanos. A venda dos animais sem a obrigatoriedade de castração e microchipagem para a identificação de quem é o responsável pelo animal, e a impunidade tanto para quem vende animais sem nenhum controle quanto para quem abandona, são aspectos que também contribuem para o aumento do abandono de animais. Muitas pessoas tem a idéia de que a maioria dos cães que vivem nas ruas nasceram nas ruas, mas isso não procede.
Os cães que vivem nas ruas são apenas a ponta do iceberg do problema de superpopulação. Os cães que vivem nas ruas não só são os que menos se reproduzem, eles são a consequência de um problema maior: a reprodução descontrolada dos animais domiciliados e semi-domiciliados, e que acabam nas ruas.
O problema não está nas ruas, mas sim dentro da casa de cada pessoa que:
•não castra os seus animais de estimação;
•compra/ adota um cão ou gato sem refletir nas implicações que isso traz para o seu cotidiano e depois dá o animal como se fosse uma roupa velha para o primeiro que disser que vai cuidar;
•compra/ adota um animal e depois o abandona (vale lembrar que abandono é crime previsto em lei);
•deixa os seus animais solto nas ruas;
•não coloca nenhum tipo de identificação no seu animal de estimação para que, caso ele fuja ou se perca, seja possível viabilizar o seu retorno ao lar (e isso pode acontecer com qualquer cão ou gato, por mais improvável que isso possa parecer)
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