MÚSICAS INESQUECÍVEIS

terça-feira, 10 de novembro de 2015

LUDOVICO PERSICI

 
Em1898 nascia o genial Ludovico Persici, em Alfredo Chaves, no Estado do Espírito Santo - Brasil. Em 1927, ele registrou um invento na Biblioteca Nacional, o cinematógrafo ou Apparelho Guarany, construído com peças de gramofone, de relógios velhos e latas de manteiga, que conseguia a proeza de filmar, copiar, medir e projetar as fitas. Mas sem recursos não pôde desenvolvê-lo e acabou não reconhecido na sua época. Além da genialidade inventiva, o relojoeiro Ludovido era, acima de tudo , um apaixonado pelo cinema. Andava pelas ruas de Castelo, onde faleceu em 1944, fazendo e projetando pequenos filmes. Além do cinematógrafo, Ludovico Persici também "inventou" o cinema do Estado. Foi o primeiro capixaba a fazer um filme, Bang Bang, em 1926, conforme o "Catálogo de Filmes - 81 Anos de Cinema no Espírito Santo", de Carla Osório. Em 2007 durante a II Mostra Capixaba Cinema; realizada pelo   Cine Clube Metrópolis, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) foi realizada homenagem ao inventor capixaba e precursor do cinema do Espírito Santo.



Ludovico Persici com entrega de placa  para  seus familiares.



A história de Persici é a de um desajustado que entristecia a família com a atividade marginal que escolheu para viver. Uma família de relojoeiros, profissão em que Persici se iniciou ainda menino, assombrando os parentes pela habilidade. Seu trabalho de cineasta era considerado coisa de desocupado, e Ludovico sofreu fortíssima discriminação. Tornou-se alcoólatra, empobreceu e acabou em um hospital de Matilde, com tuberculose, aos 73 anos. Foi levado ao túmulo por uns poucos familiares e amigos.



Ludovico, desde pequeno, sabia fazer tudo e consertava tudo. Quando o menino desistiu dos estudos, no terceiro ano primário, passou a trabalhar na relojoaria, porém contrariado com o rigor paterno! Eram naturezas diversas. Em 1910, Erasmo Persici mandou o filho para o Rio de Janeiro, a fim de aperfeiçoar-se na famosa relojoaria do espanhol Manuel Palmerio. Aí, ficou três anos e tão inteligente mostrou-se, que o chefe decidiu levá-lo para estudar na Europa. Alguém avisou Erasmo, o pai, do que se passava e o resultado foi a volta de Ludovico ao lar, onde nunca foi compreendido, apesar do trabalho na oficina, substituindo, ou suplantano, Erasmo. Premido pela situação doméstica, nosso herói fugiu três vezes de casa. Na segunda, a família viu-se obrigada a transferir-se para Castelo, porque Ludovico não mais suportava Alfredo Chaves. Na terceira fuga, já completamente desavindo com o pai, Ludovico foi ganhar a vida percorrendo todo o Espírito Santo, realizando toda a sorte de serviços e consertos de relógios e máquinas.

Ludovico Persici casou-se, em 1923, e fixou-se em Conceição do Castelo, onde inventou uma interessante máquina cinematrográfica: filmava, revelava e projetava. Era um engenho, ou melhor, máquina revolucionária, e seu inventor um dos pioneiros do cinema no Brasil.

Associado ao sogro, Ludovico teve um cinema, em Conceição do Castelo.

Ele também produziu imagens de fazendas, festas, paisagens e outras, assim como uma espécie de crônica do cotidiano capixaba. As obras são: Cenas de CasteloAs melindrosas castelenses passeando pelas ruas da cidadeA baratinha (primeiro carro da cidade) e Cenas de família.


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