Depois de 16 dias aterrando os rios Gualaxo do Norte, do Carmo e Doce, a enxurrada de lama e rejeitos de minério de ferro que vazou da barragem da mineradora Samarco, em Mariana, na Região Central de Minas, chegou ao mar, nesse sábado, por volta das 18h. Pescadores de Regência Augusta, distrito de Linhares (ES), onde fica a foz do Rio Doce, se apressaram em remover seus barcos do estuário (Um estuário é um ambiente aquático de transição entre um rio e o mar. ) e se uniram em uma manifestação com cerca de 100 pessoas ligadas à atividade, ao turismo e à proteção das tartarugas marinhas que se reproduzem na região.
A Justiça do Espírito Santo, em níveis estadual e federal, chegaram à mesma conclusão – ainda que haja dúvidas sobre qual delas tem competência para o assunto – sobre a lama, posicionando-se a favor de que a o material escoe o mais rápido possível pelo Rio Doce e atinja o mar, trazendo menor risco à flora e a fauna costeiras.
Para isolar a fauna e a flora que vivem no entorno nas duas margens do rio e em algumas ilhas localizadas no estuário, 9 mil metros de barreiras feitas de lona 100% impermeável e fixadas no fundo do rio estão sendo instalados em sentido longitudinal, mas sem impedir a chegada dos rejeitos ao mar. As barreiras variam de 60 centímetros a até 2,1 metros de altura, adaptadas de acordo com a profundidade de cada ponto de instalação. De acordo com a Samarco, as estruturas têm alta resistência e são capazes de suportar ventos de 20km/h e ondas de três metros. Quatro frentes de trabalho, com mais de 50 pessoas e diversas embarcações, atuam simultaneamente na instalação.
A lama da barragem da Samarco, cujos donos donos são a Vale a anglo-australiana BHP Billiton, já adentrou mais de 10 quilômetros no mar do Espírito Santo, de acordo com o Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema). Nesta segunda-feira (23), a prefeitura de Linhares, no Norte do Espírito Santo, orientou a população para que não entre em contato com a água.
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