MÚSICAS INESQUECÍVEIS

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

ALIANÇA RENOVADA

Somos um
Aí... os dois atravessam o portal do tempo para uma nova etapa de suas vidas, e deixam de ser apenas um homem e uma mulher. Juntos, formam um casal. Mas há um pequeno detalhe: formar é bem diferente de tornar-se .

Se nos tempos de namoro, eles tiveram que dar conta de algumas tarefas como seduzir, passear, namorar, mostrar o seu lado mais atraente para encantar o outro, agora como casal, além da continuação e renovação destas tarefas, eles têm tantas outras a cumprir.

Mas o que vem a ser isto? Casamento..., com tarefas a cumprir? Afinal de contas, quando se pensa em casamento, imediatamente vem à idéia festejos e "lua de mel".

Tudo bem, ela faz parte da visão romanceada que criamos para enxergar apenas aquilo que nos interessa, ou seja, a mágica felicidade da mudança. Mas... e quando a lua de mel acaba? Será mesmo preciso dar esse tempo para entrar no clima de vida a dois? Não necessariamente. O que eles precisam é "arregaçar as mangas" para se tornarem um casal e isso pode ser concomitante aos preparativos para os festejos.

O primeiro passo é despertar para a percepção de que cada um traz consigo uma bagagem de história pessoal, acrescida de uma historia herdada de sua família de origem. E que a partir daí, não poderão mais lidar com suas questões unicamente em bases individuais como antes:, precisam abrir um espaço para negociação das novas situações que forem surgindo em seu cotidiano.

Mas já que falamos em tarefas, vamos a elas. Inicialmente, queremos lembrar que quanto maior o grau de criatividade, humor, respeito e flexibilidade, maiores são as condições para o sucesso.Assumir o novo "status" que a união proporciona é preciso. Isso perante à família, aos amigos e à sociedade. A responsabilidade e a hierarquia agora mudam de direção. Não mais é possível dever obediência "ao papai e à mamãe", mas sim respeito. E tudo o que se referir a esta nova etapa de vida deve ser decidido a dois.

O relacionamento com os irmãos muda de patamar. Se já não moram mais sob o mesmo teto, já não cabe mais a disputa "para ver quem dá o último tapa". A cumplicidade muda de rumo, transferindo-se da família de origem, para o(a) companheiro(a). O novo casal precisa de determinação para não criticar os pontos fracos, um do outro, perante suas famílias. Por exemplo, não é recomendável este comentário: "mamãe, roupa para dar de presente, nem pensar. Você sabe que ele(a) é meio gordinho(a)"... pois na primeira oportunidade, alguém vai perguntar: "é hoje que o(a) gorducho(a) vem jantar aqui em casa?"

E além disso, o novo casal vai precisar de firmeza para enfrentar as famílias e defenderem um ao outro, quando elas vierem com comentários que desqualificam, e muitas vezes até ofendem, como os apelidos esquisitos e caricaturais.

É de certa maneira natural que a família reaja assim. Afinal de contas, ela está "perdendo" um de seus membros queridos, e esta perda "dói um pouquinho". Dependendo do grau de dificuldade que encontram para esta etapa de despedida, maior ou menor é a aceitação de quem que está chegando. Mas, de qualquer maneira, é sempre necessária muita habilidade para que um insira o outro na intimidade de suas respectivas famílias de origem, levando a um verdadeiro acolhimento.
E as tradições e os rituais familiares ? É outro item que também deve ser discutido e negociado com interesse, respeito e flexibilidade

No trabalho surge uma mudança que apesar de sutil, é fundamental: passam os dois a serem os provedores da vida do casal. Nesta hora, todo cuidado é pouco. Se ainda precisarem da ajuda dos pais, que possam utilizá-la apenas provisoriamente e por tempo previamente delimitado, pois do contrário, os dois continuarão a ser os "filhos que não cresceram e assumiram suas responsabilidades e continuam a trazer preocupação para os pais".

O chopinho, o encontro com os amigos, as festinhas, bem como outros deveres e prazeres, com certeza, farão parte do pacote das negociações.

E as contas, quem vai pagar ? Com o dinheiro de quem ? Como irão administrar a lista de compras, o supermercado, a limpeza da casa, as refeições e tantas outras, das quais não se tem idéia se não há a responsabilidade de prover. Tudo isto é questão restrita apenas ao casal e as fronteiras devem ser rígidas, para não receberem influências externas que os dividam ou os coloquem em situação de disputa ou confronto. Os dois têm esta competência e podem perfeitamente aprender a administrar, ao seu modo, esta questão. Assim, estarão evitando descontentamentos que irão, futuramente, para "debaixo do tapete".

O relacionamento não ficou esquecido. Também envolve tarefas, querem saber ? Aí vão: quando e como irão fazer as refeições, dormir, conversar, fazer sexo, brigar, trabalhar e relaxar, saírem para se divertir, visitarem e receberem as famílias e os amigos.

O que vai acontecer quando começarem a surgir as diferenças? Se um fica bem feliz em acordar com a luz do dia entrando pela janela e o outro "odeeeia" a claridade acentuando sua fotofobia, o jeito é relaxar e encontrar humor e criatividade para se chegar a uma solução benéfica para ambos. Quem sabe, o jeito pode ser usar óculos escuros...

E a paixão gostosinha, que rolava durante o namoro ? Fica perdida no início da história? É claro que não ! O que muda é o contexto. E, de acordo com o grau de importância que o casal dá para o sexo, haverá maior ou menor investimento na criação de novas oportunidades para interagir de forma íntima e plena. Da mesma maneira em que irão procurar ou não, abrir espaço na relação, que os permita expressarem sentimentos com segurança e confiança mútuas, que irão contribuir, com certeza, para o aprofundamento da relação.

Enfim, é infinita a lista de tarefas da etapa do casamento, como também são infinitas as tarefas que temos nas várias fases de nossas vidas. Afinal de contas, a vida é feita de separações. Tomar consciência e nos responsabilizarmos pelas tarefas de cada etapa de transição, nos ajuda a integrar o espaço essas etapas. Quando não o fazemos, corremos o risco de carregar uma bagagem de "ranço de emoções", mesmo que estejamos já vivendo um novo tempo.

Ana Silvia Teixeira & Vera Risi ( terpeutas de família e de casal ). Contato: Rio (Ipanema) Fones. 551-3641 e 9974-6988 - e-mail asbt@uol.com.br / Niterói (Clínica Treiger) Fones.717-6875 e 9633-7389 - e-mail verisi@uol.com.br

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