SIONISMO:
Obtendo o seu nome de Sião (Sion, Zion) que é o nome de um monte nos arredores de Jerusalém, o Sionismo é um movimento político que defende o direito à autodeterminação do povo judeu e à existência de um Estado Judaico, por isso sendo também chamado de nacionalismo judaico .
No dia 14 de maio de 1948, véspera do fim do mandato britânico da Palestina, já em meio a um estado de guerra civil entre árabes e judeus, foi declarada pela Agência Judaica a criação do Estado de Israel. No dia seguinte, teve início a chamada Guerra árabe-israelense de 1948.
"É indispensável explicar ao mundo - mas também, especificamente aos israelenses - que essa é uma ideologia que prega o genocídio, a limpeza étnica, a ocupação e, como hoje se vê em Gaza, também os massacres em grande escala de civis".
Por Ilan Pappe : professor catedrático do Departamento de História na University of Exeter em Londres.
Um dos historiadores JUDEUS que escreveu sobre o tema da colaboração entre sionistas e nazistas foi Ralph Schoenman, autor do livro "A História Oculta do Sionismo" (The Hidden History of Zionism), datado de 1988. Neste livro, onde Schoenman analisa de um ponto de vista científico as origens do movimento sionista, e denuncia seus crimes contra os palestinos e contra os próprios judeus, existe um capítulo inteiro dedicado à análise da colaboração entre movimento sionista e Alemanha nazista, e da cumplicidade sionista no Holocausto.
SAIBA QUE:
A propaganda sionista, desde o início da formação do Estado de Israel, tem insistido em caracterizar Israel como um Estado democrático no estilo ocidental, cercado por países árabes feudais, atrasados e autoritários. Apresentam então Israel como um bastião dos direitos democráticos no Oriente Médio. Nada poderia estar mais longe da verdade.Entre a divisão da Palestina e a formação do Estado de Israel, num período de seis meses, brigadas armadas israelenses ocuparam 75% da terra palestina e expulsaram mais de 800 mil palestinos, de um total de 950 mil. Eles os expulsaram através de sucessivos massacres. Várias cidades foram arrasadas, forçando assim a população palestina a refugiar-se nos países vizinhos, em campos de concentração e de refugiados. Naquele tempo, no período da formação do Estado de Israel, havia 475 cidades e vilas palestinas, que caíram sob o controle israelita. Dessas 475 cidades e vilas, 385 foram simplesmente arrasadas, deixadas em escombros, no chão, apagadas do mapa. Nas 90 cidades e vilas remanescentes, os judeus confiscaram toda a terra, sem nenhuma indenização.Hoje, o Estado de Israel e seus organismos governamentais, tais como o da Organização da Terra, controlam cerca de 95% da terra palestina. Pela legislação existente em Israel, é necessário provar, por critérios religiosos ortodoxos judeus, a ascendência judaica por linhagem materna até a quarta geração, para poder possuir terra, trabalhar na terra ou mesmo sublocar terra.
Recordando a Resolução 1.904 (XVIII), de 20 de novembro de 1963, na qual se proclamou a Declaração das Nações Unidas sobre a eliminação de todas as formas de discriminação racial e, em particular, na afirmação de que “toda doutrina de diferenciação ou superioridade racial é cientificamente falsa, moralmente condenável, socialmente injusta e perigosa”, e a expressão de sua inquietude “pelas manifestações de discriminação racial que ainda existem no mundo, algumas das quais são impostas por determinados governos mediante disposições legislativas, administrativas ou de outra índole.”
Por ocasião do enterro do assassino judeu Baruch Goldstein, autor do massacre de mais de 60 palestinos em Hebron, o mundo ouviu estarrecido da boca do rabino israelense Yaakov Perrin aquela máxima, que sintetiza magistralmente o pensamento do racismo sionista judaico a respeito do restante da humanidade: "Um milhão de árabes não valem a unha de um único judeu".
Estes são apenas pequenos exemplos de um mar de manifestações judaico-sionistas reafirmando a condição de superioridade, povo eleito, dono da verdade, que os judeus sionistas apregoam eternamente. São, evidentemente, posicionamentos políticos-doutrinários que provocam surpresa e antipatia generalizada, até entre pessoas sem um maior conhecimento histórico.
O regime atual em Israel herdou da Europa uma forte aversão ao direito de autodeterminação dos povos não-europeus: daí a qualidade inusitada, vestigial e descompassada do seu discurso, a fala atávica das "nações civilizadas" e do "mundo civilizado".
Recordemos que foi uma resolução da ONU, em 1947, que criou o Estado de Israel e legalizou a "usurpação armada" do território palestino que o sionismo realizava. Durante décadas, as Nações Unidas fechou os olhos para os crimes do Estado sionista ou se limitou a aprovar resoluções com limitadas críticas.
By José Saramago
O processo de extorsão violenta dos direitos básicos do povo palestino e do seu território por parte de Israel tem prosseguido imparável perante a cumplicidade ou a indiferença da mal chamada comunidade internacional. O escritor israelita David Grossmann, cujas críticas, em todo o caso sempre cautelosas, ao governo do seu país têm vindo a subir de tom, escreveu num artigo publicado há algum tempo que Israel não conhece a compaixão. Já o sabíamos. Com a Tora como pano de fundo, ganha pleno significado aquela terrível e inesquecível imagem de um militar judeu partindo à martelada os ossos da mão a um jovem palestino capturado na primeira intifada por atirar pedras aos tanques israelitas. Menos mal que não a cortou. Nada nem ninguém, nem sequer organizações internacionais que teriam essa obrigação, como é o caso da ONU, conseguiram, até hoje, travar as acções mais do que repressivas, criminosas, dos sucessivos governos de Israel e das suas forças armadas contra o povo palestino. Visto o que se passou em Gaza, não parece que a situação tenda a melhorar. Pelo contrário. Enfrentados à heróica resistência palestina, os governos israelitas modificaram certas estratégias iniciais suas, passando a considerar que todos os meios podem e devem ser utilizados, mesmo os mais cruéis, mesmo os mais arbitrários, desde os assassinatos selectivos aos bombardeamentos indiscriminados, para dobrar e humilhar a já lendária coragem do povo palestino, que todos os dias vai juntando parcelas à interminável soma dos seus mortos e todos os dias os ressuscita na pronta resposta dos que continuam vivos.
A fúria e o ódio fundamentalistas que envenenam Israel servem como escudo, na sociedade israelense contemporânea, tanto quanto em seus políticos, e os tornam imunes a qualquer objetividade e a qualquer crítica. Pior que tudo, são fúria e ódio fundamentalistas que sempre se traduzem em políticas destrutivas. Essas políticas visam destruir os palestinos.
Sem qualquer mecanismo interno de crítica ou de contenção, cada palestino é convertido em alvo da sempre imutável fúria fundamentalista de Israel. Dado que Israel é hoje exclusivamente uma máquina de matar, todo esse poder de fogo, sem força de compensação ou de crítica que o detenha, só pode terminar, como termina sempre, em assassinatos em massa, em massacres coletivos, em chacinas que são, sempre, etnocídios, genocídios, limpeza étnica.
O autoconvencimento fanático, cego, que move Israel hoje, sempre é poderoso ato de autonegação e de autojustificação. Só isso explica que a sociedade israelense não se deixe comover por seja qual for o argumento de sabedoria, de persuasão lógica ou de diálogo diplomático. Quem não aceite ser convertido em instrumento de violência e morte é imediatamente convertido em traidor.
Quem não aceite a violência como meio para enfrentar a violência só encontra uma saída: desafiar cara a cara o fanatismo israelense, denunciá-lo por ser o que é: ideologia que autoriza a cometer e a encobrir as mais horrendas atrocidades.
Outro nome para a mesma ideologia é "sionismo", que também atende por outros nomes, máscaras internacionais do mesmo sionismo, para justificar não só as políticas de massacre que Israel pratica, mas outras. A única via possível para enfrentar todas as políticas de massacre é rejeitar todo o sionismo. Todo ele, com suas várias faces.
É indispensável explicar ao mundo - mas também, especificamente aos israelenses, hoje - que o sionismo é uma ideologia que prega o genocídio, a limpeza étnica, a ocupação e, como hoje se vê em Gaza, também os massacres em grande escala de civis.
É indispensável condenar o massacre em curso em Gaza, mas também denunciar a ideologia que produziu as políticas que levaram ao massacre em Gaza. Uma mesma ideologia - o sionismo - opera o massacre em Gaza e trabalha para justificá-lo no plano moral e no plano político.
Esperemos que vozes respeitáveis em todo o mundo ajudem Israel a aprender que o sionismo é hoje teoria inaceitável e que, enquanto o sionismo sobreviver em Israel, Israel, não a Palestina, não poderá aspirar, com justiça, a ser incluída entre as nações civilizadas e merecerá boicote e sanções.
Não sou ingênuo. Sei que nem a morte de centenas de palestinos inocentes bastará para mudar tendências inerciais na opinião pública ocidental. Muito menos creio que os crimes cometidos por Israel contra a Palestina levarão os governos europeus a mudar suas políticas para a Palestina.
Por Ilan Pappe: professor catedrático do Departamento de História na University of Exeter em Londres.
muito bom esse blog, mostra a verdade escondida...
ResponderExcluirGostaria de sugerir que divulgasse o excelente documentário de Ronen Berelovich A história sionista. Creio tratar-se de um dos materiais mais elucidativos do real significo do sionismo e de seu estado, com a tragédia que representam para o povo palestino e para a paz mundial. O vídeo com legendas em português pode ser baixado do youtube pelo link: http://www.youtube.com/watch?v=3jNYlUj2gMU
ResponderExcluir