Antigamente, no Brasil, para fabricar melado os escravos colocavam o caldo da cana-de-açúcar em um tacho e levavam-no ao fogo. Não podiam parar de mexer até que uma consistência cremosa surgisse.
Um dia, cansados de tanto mexer e com serviços ainda por terminar, os escravos simplesmente pararam e o melado desandou!
A saída que encontraram foi guardar o melado longe das vistas do feitor. No dia seguinte, encontraram o melado azedo (fermentado). Não pensaram duas vezes e misturaram o tal melado azedo com o novo e levaram os dois ao fogo. Resultado: o "azedo" do melado antigo era álcool que aos poucos foi evaporando e se formou no teto do engenho umas goteiras que pingavam constantemente, era a cachaça já formada que pingava (por isso o nome "Pinga"), e quando batiam nas suas costas, marcadas com as chibatadas, ardia muito, por isso o nome "Aguardente".
Caindo em seus rostos e escorrendo até a boca os escravos viram que a tal goteira dava um barato, e passaram a repetir o processo constantemente.
Hoje, como todos sabem, a pinga é símbolo nacional!
"Quando o Brasil criar juízo e se tornar uma potência mundial, será a cachaça, e não o whisky, a bebida do planeta."
A HISTÓRIA
Muitas são as versões com relação ao aparecimento da cachaça, mas duas merecem maior atenção.
Nos primórdios do Século XVI, os Portugueses responsáveis pela colonização do Brasil, comandados por Martin Afonso de Souza trouxeram a cana-de-açúcar para o Brasil.
Em 1532, no litoral paulista, instalou-se os primeiros engenhos, com o objetivo de amenizar a falga da bagaceira da uva - bebida típica de Portugal, improvisavam uma bebida derivada do caldo de cana, conhecida como "borra" ou "melaço", também usada para amaciar a carne do porco-do-mato, muito comum na época.
Historiadores também relatam que o surgimento do destilado está ligado a um escravo, que trabalhava na moenda da um engenho, que provara a espuma da caldo fermentado, denominado "cagaça" que posteriormente passaria ser chamada de "cachaça".
No início, a cachaça era uma espuma da caldeira em que se purificava o caldo-de-cana a fogo lento, na metade do Século XVI, a bebida passou a ser produzida em alambiques.
Tornou-se moeda corrente até meados do Século XVII na compra de escravos da Africa. Os engenhos da época passaram a dividir a atenção entre o açúcar e a cachaça, bebida dada aos escravos para melhor produção no trabalho.
Em Minas Gerais, no ciclo do ouro, era muito utilizada para amenizar a temperatura das frias montanhas minerais. A corte portuguesa muito incomodada com a queda do comércio da bagaceira e do vinho português na colônia, alegou que a bebida brasileira prejudicava a retirada do ouro das minas. Passou a proibir a produção, comercialização e consumo da bebida.
Sem resultados, dessas medidas resolveu taxar o destilado, criando vários tipos de impostos. Através destes impostos em 1756 a cachaça contribuiu para a reconstrução de Lisboa, abatida por terremoto e manutenção das universidades de Lisboa e Coimbra, através do chamado subsído literário.
Os ideais de liberdade e de resistência à corte portuguesa fazem do destilado de cana-de-açúcar símbolo da libertação, através dos Conjurados Mineiros (Século XVIII), Revolta dos Pernambucanos (Século XIX), à Independência proclamada por D.Pedro I.
Brindar com a cachaça representava a luta contra opressão portuguesa, o nativismo e o amor ao Brasil se formava firmemente.
No Século XX e atualmente a cachaça tornou-se uma bebida de qualidade, apreciada por todos, transformou-se em produto de exportação a cada dia mais valorizada e vista em restaurantes, eventos e festas requintadas.
Os livros de história são unânimes em afirmar que o primeiro lugar a produzir aguardente foi a Capitania de São Vicente, onde hoje fica o estado de São Paulo, já que lá é onde estava instalado o primeiro engenho real de cana.Em 1584, Gabriel Soares faz o relato de que já existiam 8 casas de "cozer mel" como eram chamados os engenhos que produziam a cachaça, bem antes dos ingleses iniciarem a produção de rum no Caribe em um processo assemelhado.
No alambique quando a temperatura chega a 78 graus o álcool etílico ferve e se separa da água. O objetivo é se livrar das partes tóxicas como o metanol e obter álcool aromatizado.
O segredo de uma destilação perfeita consiste em descartar-se o início e o fim da destilação chamada respectivamente de cachaça de cabeça e cachaça de rabo, obtendo o meio que é a cachaça do coração. Esta, com seus diversos compostos como óleos fúseis é que é a cachaça de boa qualidade, transparente, ideal para fazer caipirinha, com um teor de álcool alcoólico acima de 40%.
DECRETO Nº 4.851, DE 2 DE OUTUBRO DE 2003, Art. 92, do governo Lula,
"Cachaça é a denominação típica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil, com graduação alcoólica de trinta e oito a quarenta e oito por cento em volume, a vinte graus Celsius, obtida pela destilação do mosto fermentado de cana-de-açúcar com características sensoriais peculiares, podendo ser adicionada de açúcares até seis gramas por litro, expressos em sacarose.
www.juraemprosaeverso.com.br/TudoSobre/Tudosobrecachaca.htm
pt.wikipedia.org/wiki/Cachaça
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