Guerra biológica - consiste no uso de microorganismos ou de toxinas, como arma de guerra para incapacitar ou matar um adversário. Atualmente, essas armas podem ser bactérias (ou suas toxinas), vírus e fungos fabricados em laboratórios.
A criação e armazenamento de armas biológicas foi proibida pela Convenção sobre Armas Biológicas (BWC) de 1972. Até maio de 1997, o acordo foi assinado por 159 países, dos quais 141 já o ratificaram, inclusive o Brasil. A ideia subjacente a este acordo é evitar o devastador impacto de um ataque bem sucedido, que poderia concebivelmente resultar em milhares, possivelmente milhões de mortes e causar roturas severas a sociedades e economias.
Algumas das principais doenças envolvidas em guerra biológica e como elas podem ser transmitidas?
A varíola é uma arma biológica terrível. A Organização Mundial da Saúde a considerou erradicada em 1977 e em 1980 recomendou que se abandonasse a vacinação obrigatória. Com isto praticamente todos estão susceptíveis a um novo ataque. Entretanto, cepas foram guardadas em laboratórios de segurança máxima nos Estados Unidos e na ex-União Soviética. A contaminação pode se dar pelas gotículas ou aerossóis expelidos pela orofaringe de pessoas infectadas, contato direto com as vesículas, que contém grande quantidade de vírus, ou por roupas de cama e outros fómites recentemente contaminados.
A toxina botulínica é o mais potente veneno biológico conhecido. Uma grama desta toxina uniformemente dispersada e inalada, mataria mais de um milhão de pessoas. é produzida naturalmente pelo Clostridium botulinum, bactéria habitante natural do solo. A doença ocorre por ingestão de alimentos contaminados ou por inoculação em feridas. No bioterrorismo seria empregada por inalação, mas poderia contaminar alimentos. Não é difícil a sua aquisição, pois foi licenciada para o tratamento de várias patologias. Certamente são realizadas pesquisas no Irã, Coréia do Norte, Síria e Iraque, tendo este país armazenado quantidade suficiente para matar toda a população mundial.
A peste é uma doença de roedores, mas que atinge humanos pela picada das pulgas infectadas ou por gotículas respiratórias dos pacientes que desenvolvem a forma pulmonar. Ratos mortos e fuga destes vetores para a espécie humana era o prelúdio das grandes epidemias do passado. O uso como arma biológica viria da sua disseminação intencional por aerossois. A OMS acredita que 50Kg lançados sobre uma cidade de 5 milhões de habitantes causariam 150.000 episódios de peste pneumônica, com cerca de 36.000 óbitos. A fuga da população exposta disseminaria o pânico e a doença.
SAIBA:
O emprego de doenças como armas é assustador, pois a tecnologia de produção de agentes biológicos com potencial de uso bélico não é difícil para alguns países. O uso desses agentes biológicos pelos terroristas para instalar o medo, causa insegurança coletiva, pânico e caos social.
O desconhecimento dos principais agentes biológicos aumenta o medo e gera pânico. Por exemplo para ocorrer o anthrax o microorganismo deve ser friccionado sobre as lesões da pele, engolido ou inalado na forma de pó fino e aerossóis. Esta doença não é transmitida de pessoa a pessoa. Para ocorrer contaminação como oculto, ele deve ser aerossolizado em partículas muito pequenas.
A escolha de uma arma biológica leva em consideração três características principais, a saber: a maior capacidade de disseminação de produtos ou agentes infecciosos por ar, água, solo e/ou entre pessoas; o quanto de medo e caos gera na população atingida; as grandes dificuldades para seu controle.
Hoje, as condições para diagnosticar uma epidemia, e as condições de controlar a disseminação dos diversos agentes infecciosos torna-se bastante complexo visto que as aglomerações urbanas, pobreza e outros fatores sociais e econômicos são empecilhos graves para contenção de epidemias.
A quantidade de vacinas para todos os trabalhadores da área de saúde e para a população, dependendo do microrganismo não é suficiente. A população também não está preparada nem tem conhecimento de profilaxia para um caso de emergência, não teríamos pessoal suficientemente treinado para manuseio e cuidado de indivíduos contaminados nos grandes centros. Para evitar uma contaminação em massa, basta ter a velocidade de reação, ou seja, identificar, isolar e tratar os doentes com o máximo de urgência.
É importante ressaltar que as instituições de saúde tenham um planejamento estratégico visando acontecimentos nos quais existam ataques bioterroristas e emergências por acidentes ou cataclismos que afetem a saúde da população. Esta deverá ser preparada e informada para se organizar imediatamente em relação a estes acontecimentos. A mídia deverá ser uma ferramenta que estará disponível para alertar e estabelecer vínculo de apoio aos indivíduos, comunidades e instituições públicas e privadas.
www.ccih.med.br/guerra-biologica.html
www.mundovestibular.com.br/...GUERRA-BIOLOGICA/Paacutegina1.html
Bibliografia:
* SCHATZMAYR , H; Febre amarela: a doença e a vacina, uma história inacabada. Livro coordenado por Jaime Benchimol, Editora Fiocruz.
* REY, L; Dicionário de medicina e saúde. Editora Guanabara Koogan
* VERONESI, R; Doenças infecciosas e parasitárias. Editora Guanabara.
Por: Fiocruz
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